Foi ao sabor do “mundo da vida” que os escritos se foram acumulando, sem uma lógica intrínseca que os unisse, e apenas ligados por algum fermento cronológico.

Como refere na apresentação o Eng. Francisco de Almeida e Sousa, os textos exprimem alguma rebeldia e, seguramente, fogem a um qualquer pensamento politicamente correcto. Vê-los, pois, como um contributo para uma qualquer doutrina política não terá sentido, mas já o terá para quem quiser ver o quotidiano de outros sítios, por vezes improváveis, e assim desafi ar os sentidos na análise do que acontece à nossa volta.

Seguramente que as páginas escritas e ora publicadas, de qualidade variável decerto, revelam um pensamento adverso a uma cultura de “neutralidade moral” e propugnam, por vezes entusiasticamente, a busca de uma sociedade mais moralizada em que se impõe dizer a verdade sobre o que é bem e mal, certo e errado.

Contra tudo e contra todos, quando necessário. E é este desafio, este “choque inteletual”, que dá sentido e qualifica os escritos em causa, que o autor produziu sem outro objetivo, aparentemente, que o de afirmar aquilo em que acredita.